Gosto do contacto com a terra, de observar os campos, as flores, os frutos nas árvores... Gosto do cheiro da terra, gosto de olhar para o horizonte e conseguir ver o céu, gosto do silêncio que aqui se vive, silêncio que é apenas quebrado pelo barulho do vento nas "oliveiras" ou pelos pássaros que cantam e voam a nossa volta.
Aqueles que me conhecem sabem que eu seria incapaz de viver numa grande cidade, aqui no campo sou feliz, como eu às vezes costumo dizer na brincadeira sou uma “galinha do campo”, não porque seja dura de roer, mas porque cresci assim livre, e assim vou continuar a viver …
Hoje em jeito de despedida (das férias) e dando as boas vindas à Primavera fui passear ao campo.
Hoje a paisagem estava especialmente bonita, cheia de sol, o meu sol. O meu campo está todo colorido, o verde invadiu todos os cantinhos e alguns barrancos ainda conservam alguma água que caiu no Inverno.
As imagens foram recolhidas no regresso, e o bouquet de flores uma encomenda da R…
O Poema com o mesmo título é da grande poetisa alentejana “Florbela Espanca”.
Meu amor! Meu amante! Meu amigo!
Colhe a hora que passa, hora divina,
Bebe-a dentro de mim, bebe-a comigo!
Sinto-me alegre e forte! Sou menina!
Eu tenho, Amor, a cinta esbelta e fina…
Pele doirada de alabastro antigo…
Frágeis mãos de madona florentina…
- Vamos correr e rir por entre o trigo! -
Há rendas de gramíneas pelos montes…
Papoilas rubras nos trigais maduros…
Água azulada a cintilar nas fontes…
E à volta, Amor… tornemos, nas alfombras
Dos caminhos selvagens e escuros,
Num astro só as nossas duas sombras…
Florbela Espanca
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