Este Natal
Não cruzes os braços
Traz Augusto Gil para a tua janela
E cisma na sua balada, através da vidraça
Levanta os braços miniaturas
Dos pezitos de criança, que na neve
Imprime a traça
Este Natal
Não cruzes os braços
Conta a Miguel Torga uma história antiga
E não deixes que matem as crianças
De fome, de frio, de abandono
Esse palmo de sonho
Basta
Este Natal
Não cruzes os braços
Vai com Nascimento à Madeira
Onde o Natal não é convencional
Nem pinheiros, nem neve, nem pastores
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual
Este Natal
Não cruzes os braços
Convida Natália Correia para falar de amor
Acolhe todas as crianças
E na tua fraternidade
Coloca o que a infância pedia às andorinhas
Sentimento com vozes e com pinhas
Este Natal
Não cruzes os braços
Vai com Mourão Ferreira ao cais da maresia
Junto dos que se perdem
No vento que fazia
Ver do que precisam
Pão, Mar ou Poesia
Este Natal
Não cruzes os braços
Enquanto houver frio e mesas sem irmãos
Diz com pessoa um poema
Tenho frio e Natal não
Faz Natal
Este Natal
Não cruzes os braços
Percorre o dia que esmorece
Com Nemésio pelo canal
Nas ruas cheias de rumor
Onde a alma não desaparece
Hoje é Natal mas pouco amor
Este Natal
Não cruzes os braços
Vem sonhar com Sebastião da Gama
Basta a fé no que temos
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos
Basta que a alma demos
Neste Natal
Não cruzemos os braços
Sejamos
NÓS E OS OUTROS
Fonte: ANAFRE Informa…
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