Sexta-feira, 14 de Julho de 2006

II Passeio Automóveis Clássicos Moura 2006

amarelejando às 18:30
link | comentar | ver comentários (2) | favorito

O JOGO - Enviado por um Amarelejense do Brasil

Não deu para aquele meu Portugal que faz parte deste meu  dualismo. Eu sentia isso...paciência . Poderia ter sido de maneira diferente, porque não jogou mal. A França pouco fez se compararmos  este jogo com o do  Brasil. Portugal chegou até ao seu limite, atingiu o máximo da sua capacidade. Mas ficou uma grande lição ; o Brasil sentiu e torceu por  Portugal de norte a sul, irmanou-se ao pequeno e velho país  do outro lado do atlântico ... seu irmão , seu parceiro de língua , seu passado, seu casamento na trajetória histórica que inevitavelmente começou lá de traz. Lá do outro lado do mar. Lá aonde nasceu a saudade e aqui sentida como lá .

Foi a primeira vez que houve um encontro entre os dois países  sem ser marcado, sem agenda , sem preconceito. Mais baseado na emoção, na entrega, no gesto, no querer. Incondicionalmente, por impulso, pelo coração, pela afinidade descoberta e sentida de maneira natural, como se um fluxo de emoção tivesse  ligado as duas margens do Atlântico . E as bandeiras dos dois países tremularam lado a lado. Lá e cá. De mãos dadas descobrindo afinidades. E as torcidas se uniram no grito do lance, na dúvida, na jogada mal definida, na bola que não entrou quando o caminho desejado era o fundo da rede.

E a lição maior foi ver o sentimento de um homem que soube descobrir e sentir Portugal e soube conquistar a maneira pacata e às vezes envergonhada dos portugueses  sentirem  o seu país .

Este homem que já pertence à historia de Portugal, desembrulhou de vez a emoção contida sob o manto da polidez , do parece mal . Ensinou Portugal a desfraldar a sua bandeira assomando-a em cada casa,  em cada janela e em cada automóvel. Ensinou um país envergonhado a vestir as suas cores e a pintar a cara de verde e vermelho emprestando um  colorido vibrante ao grito que faltava.

Esse homem, esse brasileiro, comoveu os portugueses com os seus gestos de portugalidade ao gritar, incentivando os jogadores, como sempre fez aqui no seu país. E lá,  também os  seus olhos azuis não tiveram vergonha de  ser crianças na hora do golo, na hora da sorte, na hora do lance amigo.

Todos os jornais e todos os sites portugueses evidenciam as qualidades desse Felipão brasileiro que teve a coragem de ser ele mesmo, ao mostrar a mesma disposição na hora do incentivo e até da reclamação. Até a simples mulher portuguesa lá do interior, fala desse Felipe Scolari como se ele fosse o D. Sebastião que surgiu das páginas da História de Portugal para resgatar o sentimento da perda que sempre acompanhou o país.

Se calhar é esse o homem que lá longe está a fazer falta aqui ao seu país, porque representa, ainda,  e mais do que nunca , a altivez e a ousadia do grito na hora certa, que ficou lá atrás na recordação do seu entusiasmo , quando pulava ou reclamava, à beira dos gramados do Brasil .

  

Talvez até já seja tarde para lhe pedirmos que venha  urgente,  resgatar o orgulho  do futebol brasileiro, brilhante e imparável quando  era impulsionado pelos gritos do seu entusiasmo,  da sua força e da sua vontade incomum.

Talvez ele já seja uma cópia de um D. Sebastião que saiu da historia de Portugal e esteja representando, aqui, uma partida sem regresso e uma saudade que vai durar.  

 


Joaquim C. Guerreiro


amarelejando às 18:08
link | comentar | favorito

» AUTORA DO CANTINHO

» SIGAM-ME

. 6 seguidores

»Dezembro 2011

Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
25
26
28
29
30
31

»Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

»COMENTADORES DE SERVIÇO

Pois é QuinaComo eramos felizes nessa altura! Fora...
Olá Manuel É claro que não me importo, até agradeç...
Esqueci-me de me identificar: manuelfialho@gmail.c...
Viva!Como revi parte da minha infância neste texto...
Olá, eu gostaria que me pudessem dar uma ajudinha ...
... o título correcto do post seria " Não à extinç...
cidália, ao ler este pequeno texto que tu escrevei...
Esse pôr de sol, eu já vi!Há sessenta anos, ou mai...
É verdade Cidália a Amareleja também foi represent...
sem eu gostar de dizer estas coisas, mas não resis...

»O QUE JÁ ACONTECEU

» Dezembro 2011

» Outubro 2011

» Setembro 2011

» Agosto 2011

» Julho 2011

» Junho 2011

» Maio 2011

» Abril 2011

» Março 2011

» Fevereiro 2011

» Janeiro 2011

» Dezembro 2010

» Novembro 2010

» Outubro 2010

» Setembro 2010

» Agosto 2010

» Julho 2010

» Junho 2010

» Maio 2010

» Abril 2010

» Março 2010

» Fevereiro 2010

» Janeiro 2010

» Dezembro 2009

» Novembro 2009

» Outubro 2009

» Setembro 2009

» Agosto 2009

» Julho 2009

» Junho 2009

» Maio 2009

» Abril 2009

» Março 2009

» Fevereiro 2009

» Janeiro 2009

» Dezembro 2008

» Novembro 2008

» Outubro 2008

» Setembro 2008

» Agosto 2008

» Julho 2008

» Maio 2008

» Abril 2008

» Março 2008

» Fevereiro 2008

» Março 2007

» Fevereiro 2007

» Novembro 2006

» Agosto 2006

» Julho 2006

» Maio 2006

»O QUE JÁ ACONTECEU

» Dezembro 2011

» Outubro 2011

» Setembro 2011

» Agosto 2011

» Julho 2011

» Junho 2011

» Maio 2011

» Abril 2011

» Março 2011

» Fevereiro 2011

» Janeiro 2011

» Dezembro 2010

» Novembro 2010

» Outubro 2010

» Setembro 2010

» Agosto 2010

» Julho 2010

» Junho 2010

» Maio 2010

» Abril 2010

» Março 2010

» Fevereiro 2010

» Janeiro 2010

» Dezembro 2009

» Novembro 2009

» Outubro 2009

» Setembro 2009

» Agosto 2009

» Julho 2009

» Junho 2009

» Maio 2009

» Abril 2009

» Março 2009

» Fevereiro 2009

» Janeiro 2009

» Dezembro 2008

» Novembro 2008

» Outubro 2008

» Setembro 2008

» Agosto 2008

» Julho 2008

» Maio 2008

» Abril 2008

» Março 2008

» Fevereiro 2008

» Março 2007

» Fevereiro 2007

» Novembro 2006

» Agosto 2006

» Julho 2006

» Maio 2006

»OS RETRATOS

»PROCURAR