Situado a cerca de 3km de Amareleja, na estrada que nos leva a Valencia del Mombuey, num local onde antes funcionou o posto fiscal transfronteiriço, e ao lado do marco geodésico das mentiras encontramos este edifício que no meio da paisagem rural parece um pouco deslocado.
Quando se iniciou a sua construção, poucos sabiam o que iria ali funcionar. Comentava-se que talvez fosse um observatório de aves, pois esta é uma zona de abrigo para algumas espécies ameaçadas. “tanta coisa por causa de meia dúzia de pássaros” diziam alguns.
Sabe-se agora que é a «Estação Biológica do Garducho» e que pertence ao CEAI – Centro de Estudos da Avifauna Ibérica.
Hoje, e depois de algumas pesquisas (pois também tinha alguma curiosidade em saber exactamente do que se tratava) fiquei a saber que:
1. A história deste projecto remonta ao ano de 1997. Um antigo posto de controlo fronteiriço foi adquirido pelo Centro de Estudos de Avifauna Ibérica (CEAI), com a perspectiva de vir a ser transformado numa estrutura de promoção de acções de conservação da natureza, exactamente por estar estrategicamente localizado num lugar em que existem diversos valores ecológicos, reconhecidos a nível europeu, pois é um lugar de abrigo e de reprodução de várias espécies emblemáticas ameaçadas, como a águiaimperial-Ibérica, o grou-comum, a águia de Bonelli, a abetarda, o sisão e o cortiçol-de-barriga-preta. Foi também neste lugar que, há cerca de cinco anos, se encontrou o último indício de lince ibérico”.
2. Orçada em mais de um milhão de euros e co-financiada pelo Programa Operacional Regional do Alentejo, esta casa virada para a natureza, tem um projecto arquitectónico que concilia a traça contemporânea com a beleza da paisagem. Durante a construção do edifício “optaram-se por soluções amigas do ambiente”. O sistema de infraestruturas do edifício é alimentado por um conjunto de painéis solares fotovoltaicos e por uma cisterna de água no subsolo, com aproveitamento da água das chuvas, o que permite a completa autonomia e auto-sustentabilidade da construção.
3. O espaço conta também com a intervenção da artista plástica Fernanda Fragateiro, que vai inserir, um pouco por todo o espaço, fragmentos de textos do escritor Gonçalo M. Tavares, da obra Breves Notas Sobre Ciência.
4. A estação vai albergar uma exposição permanente interactiva “que pretende potenciar os cinco sentidos, estimulando a curiosidade de crianças e adultos”. Tendo como mote “Tornar visível o que não se vê”, a mostra irá desvendar pormenores e particularidades de cada espécie, para que se compreenda a sua importância no ecossistema, do qual também depende o ser humano. Quando estiver a funcionar em pleno, o CEAI vai criar novos postos de trabalho contribuindo para a dinamização da região da margem esquerda do Guadiana.
Mais informações em: http://www.ceai.pt/ebg/#home
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