
O Vendedor de Passados, fala sobre um especialista em reescrever a biografia dos fregueses na emergente sociedade urbana de Angola.... pintando um retrato dos novos ricos angolanos, que têm o dinheiro e o poder, mas aos quais falta um passado consistente!!!!
Uma idéia perigosamente interessante, extravagante, misteriosa...que mistura as metáforas e analogias com o Mundo Natural.
Povoado de personagens sui generis como a osga, um assombro, sempre atenta a tudo e arecordar o tempo em que era humana.
“Um nome pode ser uma condenação. Alguns arrastam o nomeado, como as águas lamacentas de um rio após as grandes chuvadas, e, por mais que este resista, impõem-lhe um destino. Outros, pelo contrário, são como máscaras: escondem, ilumem. A maioria, evidentemente, não tem poder algum. Recordo sem prazer, sem dor também, o meu nome humano. Não lhe sinto a falta. Não era eu.”
Nesta história, um albino morador de Luanda, capital de Angola, elabora árvores genealógicas em troco de pagamento. Uma atividade um tanto ou quanto estranha exercida por um esquisito personagem principal - o vendedor de passados falsos, chamado Félix Ventura e uma osga que, na verdade comanda toda a narrativa.

Sinopse
Por encomenda do seu editor, um famoso escritor sul-africano radicado em Sydney, na Austrália, escreve um livro com as suas opiniões sobre os temas mais quentes do nosso tempo: conflitos étnicos, terrorismo, globalização, desastres ecológicos, experiências genéticas. Como já não é capaz de digitar os seus próprios textos, o velho escritor contrata uma vizinha, a jovem e sedutora filipina Anya, para transcrever as fitas onde grava as suas polémicas reflexões.
Diário de Um Mau Ano entrelaça esse «livro dentro do livro»com os relatos íntimos, na primeira pessoa, de Anyae do próprio escritor. O pessoal e o universal iluminam-se reciprocamente, colocando em evidência a dificuldade de comunicação entre a tradicional cultura humanista do velho autor e a energia irreverente da jovem dactilógrafa. Entretanto, Alan, o ganancioso namorado de Anya, troça de tudo aquilo em que o escritor acredita e conspira contra ele.
Comprovando mais uma vez o seu domínio sobre várias vozes, génerose registosnarrativos, Coetzee discute ao mesmo tempo o mundo contemporâneo e a sua representação no imaginário e na literatura.